sábado, dezembro 30, 2006

A Execução de Saddam

O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein foi enforcado pouco antes das 6 horas em Bagdá (cerca de 1 hora, horário de Brasília) de sábado, 30 de dezembro de 2006.

Esse é o informe oficial dado pela TV árabe Al Arabiya. Saddam foi condenado à forca em novembro desse ano pelo massacre de 148 xiitas em 1982. Quarta-feira, 27 de dezembro a apelação foi negada e sua pena deveria ser cumprida em 30 dias. De lá pra cá ninguém mais viu o ex-ditador. Uma carta foi divulgada por seus advogados e apenas seu meio-irmão teve permissão para visitá-lo. Desde ontem as notícias diziam que a execução se daria antes do fim do ano. Contudo, algo de estranho foi notado por essa estudante. Os comunicados americanos diziam que Saddam foi entregue ao governo iraquiano há 36 horas, enquanto o governo iraquiano dizia que Saddam ainda estava com os americanos. Muito se discutia a reação popular e a possível escalada na violência que a execução acarretaria.

A conclusão foi bastante simples. Saddam foi executado antes. As notícias inexatas e nebulosas publicadas desde quinta reforçaram a idéia de que o ex-ditador já estava morto. Contudo, a notícia saiu à conta-gotas para amenizar as possíveis consequências.

Ora, essas consequências virão. Executar Saddam de forma apressada, sem ter sido julgado por um tribunal internacional, com toda a pressão norte-americana e em um processo com 3 advogados assassinados e um juiz afastado, vai trazer uma grande consequência: Saddam será um mártir para os seus seguidores e simpatizantes. Além disso, o impacto do enforcamento vai obscurecer o caos civil atual no Iraque.

Até mesmo a opinião dos norte-americanos mudou nos últimos 3 anos. 60% deles acham que os custos da guerra não valem os objetivos alcançados. O povo americano sente que pagou demais para matar apenas um homem. Sem perceber, eles também mataram as chances de paz na região.

Nenhum comentário: